Recentemente
acompanhamos na mídia a votação dos ministros do STF pela legalização do aborto
de bebês anencéfalos, ou seja, bebês que irão nascer sem parte do cérebro. Os
ministros fizeram belos discursos, tanto os que estavam contra, como os que
eram a favor, com palavras difíceis e argumentos mais ainda. No fim, a maioria
achou que era inconstitucional negar a uma mãe o “direito” de decidir sobre a
vida do filho, que nascerá deficiente, comparando o “fardo de carregar um bebê
destinado à morte no útero” com tortura.
Não quero entrar em méritos sobre a
vida do anencéfalo, sou completamente contra o aborto em qualquer
circunstância. Faço minhas as palavras do ministro Cezar Peluzo: “só o fato de
discutirmos a morte do anencéfalo já mostra que ele tem vida”. O que quero
refletir aqui é algo diferente, que vem dos argumentos em defesa das mães:
Segundo os ministros, temos que minimizar o sofrimento das mães, permitindo o
aborto de uma criança que só irá causar dor e tristeza.
É estranho a proporção que a
ausência do sofrimento tem tomado em nossa sociedade hoje. Vivemos no mundo do
prazer, do gozo, da alegria sem limites e sem responsabilidades. O que me
pergunto é: será que isso realmente existe ou será que estamos tentando maquiar
o sofrimento natural da vida, fingindo que vivemos nos comerciais de TV, onde
tudo é perfeito e o mundo sorri pra você?
O aborto de anencéfalos só vem
confirmar isso. Antes mesmo de nascer, o bebê já é condenado como uma maldição,
alguém que só trará somente dor e sofrimento. Ele é imperfeito e a imperfeição
não é aceita pra sociedade. Nos colocamos no lugar do Criador e “abortamos o
trabalho mal feito de Deus” que assim julgamos. Não entendemos as razões de
Deus e achamos que Ele erra quando coloca algo ou alguém que pode nos trazer
sofrimento, mas como já dizia o poeta: “A dor é inevitável, mas o sofrimento é
opcional”.
Tudo na vida que pode nos fazer
sofrer deve ser eliminado, porém as dificuldades e problemas virão de qualquer
forma e o que mais errado podemos fazer é negá-lo ou abortá-lo. Negar só nos
faz mais fracos e nunca conseguiremos lidar com situações maiores. Uma mãe que
não é capaz de amar um filho anencéfalo ou deficiente nunca será uma boa mãe,
pois ela não quer um filho, ela quer um produto para se satisfazer e esse
produto tem que estar em perfeito estado, como ela imagina a perfeição vendida
pela sociedade, ou seja, compra e satisfação garantida. Uma vida inocente é
tratada como um produto defeituoso.
Enfim, o aborto de anencéfalos é só
um reflexo do ideal de perfeição e ausência de sofrimento da sociedade atual.
Como então vamos aceitar um Cristo, que morre humilhado e destruído em uma
Cruz? Bem, Ele foi capaz de transformar a Cruz em glória. Será que somos
capazes de transformar nosso sofrimento em glória? Só por Ti Jesus.
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